Alergia alimentar: um problema de âmbito global
Alergia alimentar dispara no mundo
A incidência de reações alérgicas graves a alimentos, a chamada anafilaxia, cresceu 377% entre 2007 e 2016, segundo um estudo conduzido pela FAIR Health.
O que chamou a atenção dos especialistas é que um terço dos casos ocorreu em pessoas acima de 18 anos, algo que contradiz a ideia de que alergias alimentares, inclusive as severas, são praticamente exclusivas de crianças.
O aumento dos casos de alergia alimentar intriga médicos e cientistas de todo o planeta. A verdade é que não existe uma resposta única nem simples. Alergia a alimentos é influenciada por fatores genéticos e por fatores ambientais. Estima-se que 60% do risco de alguém se tornar alérgico seja determinado pela genética e 40% pelo ambiente. Fator genético significa que se você tem algum parente próximo que é alérgico a algum alimento – pai, mãe, avô ou tio -, suas chances de desenvolver alergia são grandes.
Agora, os fatores ambientais ainda são um verdadeiro mistério. Há várias hipóteses:
Dieta dos pequenos – Estudos já demonstraram que crianças que têm produtos industrializados na base da sua alimentação têm uma flora intestinal mais pobre. Sabe-se que o organismo fica mais sensível a determinados alimentos quando a flora está desequilibrada. Também já se mostrou que a exposição a uma maior diversidade de alimentos no início da vida está inversamente relacionada ao aparecimento de alergias alimentares.
Cesárea – O Brasil é um dos campeões no número de partos cesárea. Uma das hipóteses é de que a cesárea também mexa com a flora intestinal.
Leite industrializado – A troca do aleitamento materno pelo leite artificial estaria contribuindo para que o sistema de defesa das crianças não seja tão estimulado. Alergia alimentar nada mais é do que uma resposta exagerada do sistema de defesa a um determinado composto presente num alimento. Se o sistema de defesa não é estimulado, não cria mecanismos para lidar com esses alimentos. Além disso, o leite materno também enriquece a flora intestinal.
Antibióticos – Algumas evidências vêm apontado que o uso exagerado de antibióticos na primeira infância está ligado à maior incidência de casos de alergia alimentar.
Os 8 perigosos
Em tese, uma pessoa pode desenvolver alergia a qualquer coisa. Há casos de reações até a melancia, fruta composta em sua maioria por água! No entanto, a imensa maioria dos casos são gerados por 8 alimentos:
- leite de vaca
- ovos
- amendoim
- castanhas
- soja
- trigo
- peixe
- frutos do mar
A alergia a leite e ovos comumente desaparece quando a criança cresce. Já a reação ao amendoim é considerada a mais perigosa, porque costuma causar respostas seríssimas e muitas vezes fatais.
Mas ao contrário do que se pensava, um estudo feito em 2015 demonstrou que se o amendoim é introduzido no primeiro ano de vida, as crianças têm alta probabilidade de não desenvolver reações alérgicas a ele mais tarde.
É ou não é?
O grande problema com adultos, garantem os especialistas, é que muitas vezes eles confundem um mal estar alimentar com uma reação alérgica e correm para se automedicar.
Antes de tomar qualquer atitude, é importante consultar um alergologista e fazer um teste alérgico. Se for constatado haver mesmo alergia a um determinado alimento, é fundamental saber como se preparar para o caso de haver uma nova reação.
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