Brasil poderá ter mais de 600 mil novos casos de câncer, aponta levantamento
Por suprevida
Entre 2020 e 2022, o Brasil deverá ter 625 mil novos casos de câncer por ano. Essa é a estimativa feita pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), publicada em fevereiro.
O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e está entre as quatro principais causas de morte antes dos 70 anos de idade em praticamente todos os países. Especialistas dizem que a incidência da doença vem crescendo devido a dois fatores:
- envelhecimento da população. E o Brasil vem envelhecendo aceleradamente. Sabe-se que 60% das pessoas que têm câncer tem mais de 60 anos. Não se sabe ao certo por que o câncer afeta mais os idosos. Existem muitas teorias, mas os cientistas ainda não conseguiram responder a maior parte das perguntas.
- mudança de hábitos. Médicos e pesquisadores brasileiros afirmam que a rápida urbanização no país levou à incorporação de uma série de maus hábitos, como má alimentação, sedentarismo e obesidade.
Segundo a pesquisa do INCA, o câncer de pele não-melanoma será o mais incidente, seguido pelos cânceres de mama e próstata, cólon e reto, pulmão e estômago.
Por que esses são os cânceres mais comuns?
O câncer de pele não-melanoma é o mais comum por um motivo simples: somos um país tropical, com sol a maior parte do ano, e a pele é o órgão mais exposta aos raios ultravioleta ao longo da vida. No entanto, esse tipo de tumor tem crescimento lento, por isso, tem baixa mortalidade.
Nunca é tarde para lembrar que excesso de sol faz mal à saúde e que é preciso se proteger. Passe protetor solar de no mínimo FPS 30 sempre que for se expor ao sol – em todas as partes do corpo que ficarem expostas aos raios. E sempre, sempre, procure tomar sol logo de manhãzinha, antes das 10h, ou depois das 16h.
Para os demais tipos de tumores malignos existem diferentes fatores de risco, sendo os mais importantes a idade e os hábitos de vida – sedentarismo, tabagismo e má alimentação.
Aumento da mortalidade em pessoas abaixo dos 50 anos
Ok, as chances de alguém vir a desenvolver câncer crescem à medida que envelhecemos. Mas vários estudos ao redor do planeta vêm mostrando o aumento da incidência de tumores malignos em quem tem abaixo de 50 anos, inclusive no Brasil. É o que aponta um trabalho feito em 2019 pelo Observatório de Oncologia, com base nos dados do DATASUS.
As conclusões dessa pesquisa são semelhantes às encontradas em estudos americanos: nosso estilo de vida não saudável está fazendo com que várias formas de câncer, antes restritas apenas a idosos, agora comecem a ser vistas em pessoas mais jovens.
“A obesidade e o tabagismo são fatores de risco muitos importantes para vários tipos de câncer. A obesidade hoje, além do tabaco, é o segundo maior fator de risco para câncer, responsável por 30% de todos os tumores”, avisa o oncologista Fernando Maluf, um dos fundadores do Instituto Vencer o Câncer (IVOC), ao jornal Estado de São Paulo.
Obesidade
Apesar de termos toneladas de informação disponível, isso não necessariamente estimula a mudança dos nossos hábitos. Prova disso é o aumento acelerado da obesidade no Brasil e no mundo. Só no Brasil, são 104 milhões de pessoas com sobrepeso e 11 milhões de obesos.
“A obesidade já é um problema sério no Brasil e vai repercutir não só no câncer, mas no diabetes, na hipertensão arterial e nas doenças cardiovasculares”, alerta o médico e professor Luiz Antonio Santini, ex-diretor do INCA e atualmente consultor internacional de políticas de câncer.
Quando temos excesso de gordura no corpo, produzimos alguns tipos de hormônio que estimulam o aparecimento de terminados tipos de câncer, chamados pelos médicos de hormônio-dependentes. Um dos tipo de tumor hormônio-dependente é o de mama, mas também o de ovário.
Não é por acaso que todas as organizações nacionais e internacionais de saúde batem na tecla: boa alimentação + exercício. Essa é a maneira mais eficiente e saudável de reduzir o peso.
Infelizmente, nós, brasileiros, ainda comemos alimentos muito processados. Algumas estimativas dão conta de que esses alimentos já representam 20% de todo consumo calórico do país.
Não precisa virar vegetariano nem vegano. Basta trocar a comida processada pela comida feita em casa, procurando aumentar a quantidade de legumes, frutas e verduras no prato e trocando doces e biscoitos por doces feitos com frutas de verdade.
Exercícios, bastam 150 minutos por semana. Não é muito. São apenas 30 minutos por dia, 5 vezes na semana. Pode ser uma simples caminhada ou a troca do elevador pela escada.
Cigarro
Graças às campanhas e à Lei Antifumo, de 2014, houve uma redução no número de fumantes entre 18 e 44 anos nas capitais brasileiras entre 2010 e 2017. Mas não se pode relaxar.
O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, boca e laringe. Estudos também mostram que o fumo está ligado ao aparecimento de tumores no cólon, reto e próstata.
A fumaça do cigarro libera dezenas de substâncias químicas, muitas delas consideradas cancerígenas pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (International Agency for Research on Cancer- IARC), instituição ligada à Organização Mundial da Saúde. Estima-se que o tabagismo seja responsável por 15% da incidência de tumores e 21,4% das mortes por câncer no Brasil.
Temos de admitir. Não é fácil largar o cigarro. Boa parte das vezes, a força de vontade não é suficiente. Por isso, é importante pedir ajuda. Converse com seu médico. Existem vários grupos de ajuda e remédios que podem ajudar a vencer a vontade de acender um cigarro.
Atividade física (ela de novo) também ajuda muito, pois ajuda a lidar com a ansiedade, principalmente nas primeiras semanas sem cigarro.
Álcool
Preste atenção a esses três números. O Brasil é o terceiro país na América Latina com o maior consumo de álcool por brasileiro capita, com um consumo de 8,9 litros por ano. Trinta e dois por cento dos brasileiros bebem de forma moderada e 16% de forma intensa, de acordo com o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad).
Os números dão uma ideia do como nós, brasileiros, andamos abusando das bebidas alcoólicas. Existe um forte consenso entre profissionais de saúde de que o consumo de álcool aumenta o risco de desenvolver vários tipos de câncer, entre eles o de cólon, reto e estômago. Isso vale para qualquer bebida alcoólica.
As evidências indicam que quanto mais álcool uma pessoa bebe - particularmente quanto mais uma pessoa bebe regularmente ao longo do tempo - maior é o risco de desenvolver um câncer associado ao álcool.
A acetaldeído, a substância que é gerada quando o nosso corpo metaboliza o álcool da bebida é um produto químico tóxico e carcinogênico, segundo o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Se você bebe, procure ficar com 1 dose de álcool por dia, se é mulher e no máximo 2, se é homem.
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