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Doença inflamatória pélvica


Doença inflamatória pélvica. Causa, diagnóstico e tratamento


Por Suprevida

Para você, mulher, uma doença sexualmente transmitida (DST) pode ser uma bomba relógio. Uma DST – dependendo de qual ela é - pode ficar silenciosa por anos, levando a uma série de complicações que podem inclusive fazer com que você tenha mais dificuldade para engravidar ou até realmente não consiga mais engravidar.

Um dos problemas que causam esse tipo de coisa é chamada doença inflamatória pélvica (DIP), uma infecção que acomete os órgãos genitais da mulher. Geralmente ela ocorre quando bactérias entram pela vagina, causando uma infecção. Com o tempo, essa infecção pode chegar até o útero, os ovários ou as trompas.

Vários tipos de bactéria podem causar a DIP, entre elas as que causam gonorreia e clamídia, duas doenças sexualmente transmitidas bastante conhecidas. O grande problema, diz o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia (ACOG), é que a gonorreia e a clamídia geralmente causam sintomas que não são muito claras ou mesmo nenhum sintoma nas mulheres.

Por causa disso, se você for infectada com uma dessas duas bactérias e não receber tratamento – o que costuma acontecer –, entre poucos dias a poucas semanas você já terá desenvolvido a DIP.

Quem tem risco?
Especialistas dizem que é muito difícil estimar quantas mulheres são afetadas, porque o diagnóstico não é fácil. Ele é feito a partir da análise dos sintomas. Por exemplo, se uma mulher faz parte do grupo de risco e sente dor na região pélvica ou na região inferior do abdome sem nenhum motivo aparente, isso acende o sinal vermelho de que ela pode ter doença inflamatória pélvica.

Não há levantamento sobre as brasileiras com o problema, mas dados dos Estados Unidos dão conta de que haja cerca de 750 mil casos por ano. A DIP pode ocorrer em qualquer mulher sexualmente ativa, porém ela é mais comum em mulheres mais jovens – entre 15 e 29 anos. Veja quem tem mais risco de desenvolver a doença:

• quem tem múltiplos parceiros – É a mesma coisa que para as doenças sexualmente transmissíveis: quanto maior o número de parceiros, maior a chance de ter o problema;

• quem tem ou já teve uma doença sexualmente transmissível;

• quem tem um parceiro sexual que tem relações sexuais com outras pessoas;

• tem já teve DIP no passado pode ter novamente;

• quem faz uso de ducha vaginal - Algumas pesquisas sugerem que a prática frequente da ducha vaginal faz com que as mulheres fiquem mais suscetíveis a ter o problema. A ducha vaginal pode acabar empurrando as bactérias causadoras da DIP para cima, em direção ao útero e às trompas;

• quem colocou DIU;

• quem fez ligação nas trompas.

É meio fácil perceber que há algumas maneiras de prevenir a doença inflamatória pélvica. Usar camisinha é uma delas – e a mais fácil. A outra envolve mudança no comportamento sexual, ou seja, reduzindo o número de parceiros ou tendo relações sexuais com parceiros que apenas têm relações com você.

Sintomas
A doença inflamatória pélvica é meio complicada, porque muitas mulheres têm sintomas muito leves ou mesmo nenhum sintoma. Por causa desses sintomas que não são claros, muitos ginecologistas não conseguem fazer o diagnóstico e a mulher fica sem tratamento.

Esses costumam ser os sintomas mais comuns:

• dor na região inferior do abdome – dor leve;

• dor no lado direito superior do abdome;

• sangramento menstrual anormal;

• corrimento vaginal anormal;

• dor na hora de urinar;

• náusea ou vômito;

• dor na hora de ter relação sexual;

• febre ou calafrio.

Fique atenta a se você tem algum deles, se teve relações sexuais recentes e procure o seu médico imediatamente se você identificar algum desses sinais, mesmo porque ter um desses sintomas não significa que necessariamente você tem DIP. Você pode estar com apendicite ou gravidez ectópica (nas trompas), que também são bastante graves.

O diagnóstico geralmente começa com os sintomas. Para descartar outros problemas, o ginecologista geralmente faz uma série de perguntas que incluem o seu comportamento sexual e métodos contraceptivos que você usa. Se ele considerar que você pode ter DIP, ele precisará fazer um exame pélvico, que vai mostrar se os órgãos reprodutivos estão sensíveis.

Ele também poderá coletar líquido do colo do útero para testar se há bactérias da gonorreia ou clamídia ali. Ele pode pedir, ainda, exames de sangue, ultrassom, biópsia do endométrio e em alguns casos até laparoscopia.

Como a DIP é tratada?

Quando não descoberta e não tratada, a doença inflamatória pélvica pode levar a problemas sérios. Aliás, quanto mais tempo ela ficar sem tratamento, mais as chances de complicações no longo prazo. Veja só:

• Infertilidade – Segundo o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, 1 em cada 10 mulheres ficam estéreis por causa da DIP. A doença pode causar cicatrizes nas trompas, impedindo que o óvulo seja fertilizado.

• Gravidez ectópica - Essas mesmas cicatrizes nas trompas podem impedir o ovo que já foi fertilizado de chegar até o útero. Quando isso acontece, geralmente ele se implanta nas trompas, levando à chamada gravidez tubária ou ectópica. Essa é uma condição que ameaça a vida da mulher, pois com o crescimento do bebê ali (no lugar errado), as trompas podem se romper, causando hemorragia.

• Dor crônica na pelve – Mais ou menos 1 em cada 3 mulheres acabam desenvolvendo dor crônica.
Felizmente, a doença pode ser tratada. Como ela é causada por bactérias, a primeira providência é tomar antibióticos – às vezes mais de dois combinados. Mas aí vai um alerta: boa parte das vezes, os sintomas desaparecem antes que a infecção esteja totalmente curada. Por isso, é importante que você não pare de tomar os remédios!

Agora, os antibióticos conseguem dar conta da infecção, mas se por acaso o seu médico constatou que suas trompas estão com cicatrizes, o tratamento não conseguirá resolver isso.

Em alguns casos, é necessária hospitalização, por exemplo, quando a mulher está grávida, tem febre alta, teve rompimento das trompas e precisa de cirurgia ou não respondeu ao tratamento com antibióticos.

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