Os suplementos de óleo de peixe ajudam ou prejudicam o coração?

Pessoas que tomam regularmente suplementos de óleo de peixe podem não estar ajudando a saúde tanto quanto imaginam, sugere um novo estudo.

O uso regular de suplementos de óleo de peixe pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrames iniciais entre aqueles com boa saúde cardíaca, sugere uma nova pesquisa.

No entanto, o estudo de longo prazo também descobriu que o óleo de peixe pode ajudar aqueles cujos corações já estão com problemas, potencialmente retardando a progressão dos problemas cardíacos e diminuindo o risco de morte.

Pessoas saudáveis ​​que tomam suplementos de óleo de peixe apresentam um risco 13% maior de desenvolver fibrilação atrial, um problema de ritmo cardíaco que aumenta o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, descobriram os pesquisadores.

Eles também tiveram um risco aumentado de 5% de acidente vascular cerebral, mostram os resultados.

“Nossas descobertas sugerem cautela no uso de suplementos de óleo de peixe para prevenção primária devido aos incertos benefícios cardiovasculares e efeitos adversos”, escreveu a equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Hualiang Lin, epidemiologista da Universidade Sun Yat-Sen em Guangzhou, China.

Mas naqueles com doenças cardíacas existentes, o uso regular de óleo de peixe reduziu o risco de ataque cardíaco devido à fibrilação atrial em 15% e o risco de insuficiência cardíaca levando à morte em 9%.

“O uso regular de suplementos de óleo de peixe pode ter papéis diferentes na progressão das doenças cardiovasculares”, com base no fato de alguém já ter problemas cardíacos, sugeriram os pesquisadores.

“No geral, eu diria que os dias em que as pessoas simplesmente iam ao mercado e compravam baldes de pílulas de óleo de peixe para mantê-las bem deveriam ter acabado, mas o óleo de peixe ainda pode ter um papel em pessoas que já estão doentes”, disse o Dr. Freeman, diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar da National Jewish Health em Denver, disse à CNN.

Quando se trata de óleo de peixe, “o diabo está nos detalhes”, disse à CNN o neurologista Dr. Richard Isaacson, diretor de pesquisa do Instituto de Doenças Neurodegenerativas em Boca Raton, Flórida.

“Primeiro, recomendamos testar os níveis de ácidos graxos ômega-3 – existem testes de picada no dedo que você pode comprar on-line e que são precisos – e então você deve continuar a testar. Você não quer tomar óleo de peixe se não precisar”, frisou.

Isaacson recomendou obter ácidos graxos ômega-3 dos alimentos e acrescentou que a sardinha e o salmão selvagem são as melhores fontes. O salmão criado em fazendas não é a melhor escolha, disse ele, por causa das impurezas na água em que é criado.

O óleo de peixe continua sendo uma fonte rica em ácidos graxos ômega 3, que ajudam a saúde do coração e do cérebro. Como tal, os especialistas em saúde recomendam que as pessoas comam peixes oleosos como o salmão pelo menos uma vez por semana ou usem suplementos de óleo de peixe, disseram os investigadores em notas de fundo.

Para o estudo, a equipe analisou dados de quase 416 mil pessoas com idades entre 40 e 69 anos que participaram de um estudo de saúde em larga escala no Reino Unido. Estas pessoas foram entrevistadas entre 2006 e 2010 para recolher informações básicas de saúde, incluindo a sua dieta regular e uso de suplementos.

Quase um terço (32%) disse usar regularmente suplementos de óleo de peixe.

A equipe de pesquisa acompanhou então a saúde dos participantes durante uma média de quase 12 anos, observando quantos morreram, desenvolveram problemas cardíacos ou sofreram um derrame.

As descobertas foram publicadas na revista BMJ Medicine.

“Mais estudos são necessários” para descobrir por que o óleo de peixe pode não ser útil para pessoas saudáveis, mas útil para pessoas com problemas cardíacos, concluíram os pesquisadores em um comunicado à imprensa.

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Escrito por: Dennis Thompson