Pé diabético: prevenção e cuidados diários
Como cuidar do pé diabético
O pé diabético é uma das complicações mais temidas por quem convive com a diabetes. E não por acaso. Estima-se que 15% dos diabéticos irão apresentar úlceras nos pés ao longo da vida e que mais de 85% das amputações realizadas em quem tem diabetes começaram com uma dessas feridas nos pés, segundo um estudo publicado na revista médica European Journal of Vascular & Endovascular Surgery. Só para que se tenha uma ideia, o risco de amputação é 23 vezes maior do que o de uma pessoa que não tem diabetes.
Prevenir essa complicação deve ser, portanto, uma das primeiras prioridades de quem tem a doença.
O pé diabético começa com uma ferida, que acaba sendo colonizada por bactérias e infeccionando o local. Acontece que muitos doentes que não mantêm as taxas de açúcar sanguíneas sob controle também desenvolvem neuropatia diabética. Esse tipo de complicação costuma afetar os nervos das pernas e pés, fazendo com que o diabético perca a sensibilidade à dor e a outras sensações. E é justamente aí que mora o perigo.
Sem se dar conta da lesão, eles continuam a levar uma vida normal. Muitos, inclusive, têm o hábito de caminhar descalços, agravando ainda mais o problema.
Além disso, a glicemia alta afeta a capacidade do organismo de combater a infecção naquele local e de cicatrizar a ferida, fazendo com que um simples machucado possa virar um problema grave, que pode resultar numa internação e na retirada de um dedo ou mesmo do pé.
A melhor maneira de prevenir essas feridas é tomando uma série de medidas protetivas. Veja:
1. Cheque seus pés diariamente
Saiu do banho, tirou os sapatos? Sente-se e dê uma boa observada nos pés, inclusive entre os dedos. Procure estar atento a sinais como pele rachada – ali também pode ser uma porta de entrada para bactérias -, calos, bolhas e outros sinais de que uma ferida pode estar se iniciando.
Se você tiver dificuldade para fazer esse check-up, use um espelho ou peça a um familiar ou amigo para ajudá-lo.
2. Mantenha os pés limpos
No banho, lave bem entre os dedos, evitando buchas muito ásperas, que podem machucar a pele. Seque-os bem, para reduzir as chances do desenvolvimento de uma micose. Finalize com um hidratante e/ou creme específicos para a região dos pés.
3. Cuidado na manicure!
Mulheres e homens que costumam fazer o pé na manicure precisam ter cuidado redobrado. Não raro essas profissionais – costuma-se dizer – tiram um "bife" do pé, ou seja, o machucam mesmo. A melhor opção é procurar um podólogo.
Ainda assim, fique atento às seguintes recomendações:
- leve a sua tesoura de unha e alicate. É uma garantia de que ela não estará contaminada
- evite removar cutículas. Elas são uma proteção contra a invasão por fungos e bactérias. Ao invés de tirar a cutícula, peça ao profissional que apenas a empurre
- procure cortar as unhas de forma arredondada, para evitar que encravem
- avise o profissional que fará os seus pés e mãos de que você é diabético. Certamente ele terá cuidado redobrado com você
4. Escolha sapatos macios
No mercado, há sapatos específicos para quem tem diabetes, extremamente macios e confortáveis. Se decidir por um que não seja para diabéticos, procure escolher modelos que sejam justos o suficiente para evitar que o tecido fique raspando na pele, mas que sejam também confortáveis e não apertem os dedos.
Pessoas que têm um pé maior do que o outro devem procurar escolher modelos um número maior do que o normal;
5. Não ande descalço
Um simples pisar em uma pedrinha ou uma batida contra um obstáculo podem ser suficientes para desencadear uma lesão. Quer tirar os sapatos porque está calor? Então use um chinelo, dentro e fora de casa.
6. Trate qualquer ferida imediatamente
Está com uma bolha ou calo no pé? Nada de lixá-la ou arrancar a pele da bolha. Procure um podólogo para cuidar dessas feridas ou vá a seu médico para que ele o oriente sobre que medidas tomar.
De qualquer forma, lavar com água e sabão e cobrir a ferida com um curativo é a primeira atitude a tomar. Se notar que não houve melhora, procure o seu médico imediatamente.
Muitas vezes, é necessário o uso de antibióticos para ajudar a combater a infecção. Só um profissional poderá receitá-lo, até porque alguns medicamentos fazem as taxas de açúcar no sangue subirem, portanto, não são indicados.
7. Mantenha a glicemia sob controle
Cada diabético tem um faixa de glicemia que deve ser buscada e que é determinada em conjunto com o médico. É ele quem vai propor qual deveria ser a meta de glicemia mais baixa a ser suportada e os níveis de glicemia que devem ser evitados.
Há inúmeros grupos de apoio espalhados no Brasil e nas redes sociais. Eles podem ser fundamentais para quem tem dificuldade de manter a glicemia dentro da faixa proposta pelo médico.
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