Perda do olfato pode ser sinal precoce de infecção por coronavírus
Por EJ Mundell
Aqui está uma pista de que você pode estar com coronavírus: a perda do olfato.
Grupos representando especialistas em ouvido, nariz e garganta (ENT) na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos emitiram orientações de que uma súbita perda do olfato de uma pessoa pode ser um sinal de infecção pelo novo coronavírus.
Não é uma descoberta completamente inesperada, já que se sabe que uma incapacidade temporária de cheirar - chamada anosmia - ocorre após certas infecções virais, disse o grupo de médicos britânicos ENT UK.
De fato, "anosmia pós-viral é uma das principais causas de perda do olfato em adultos, respondendo por até 40% dos casos de anosmia", afirmou o grupo em comunicado.
"Sabe-se que os vírus que causam o resfriado comum causam perda pós-infecciosa [do olfato]", disse o grupo, e os coronavírus causam cerca de 20% dos resfriados.
Alguns casos de COVID-19 da China, Coréia do Sul e Itália já incluíram a perda do olfato como sintoma precoce e "na Alemanha é relatado que mais de dois em cada três casos confirmados têm anosmia", disse a ENT UK.
Frequentemente, essa perda de olfato é o maior sintoma - o grupo observou que na Coréia do Sul parecia o principal sintoma de alerta em 30% dos casos leves. Outros casos foram relatados em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos.
Saber que a perda do olfato é um indicador precoce do COVID-19 pode ser muito útil para ajudar pessoas que, de outra forma, se sentiriam bem em auto-quarentena, disseram os especialistas em otorrinolaringologia.
Nos Estados Unidos, a Academia Americana de Otorrinolaringologia - Cirurgia de Cabeça e Pescoço (AAOS) concordou. Em sua própria declaração, o grupo afirmou que tanto anosmia quanto hiposmia (uma diminuição, mas não a ausência da capacidade olfativa) e uma diminuição da capacidade de provar - disgeusia - parecem estar ligados à infecção pelo novo coronavírus.
"Nós propomos que esses sintomas sejam adicionados à lista de ferramentas de rastreamento para possível infecção por COVID-19", afirmou o grupo. Se uma pessoa que não tinha condições tais como febre dos fenos ou alergias crônicas fez desenvolver uma súbita perda de gosto ou cheiro, que podia "mandado de consideração séria para o auto-isolamento e teste destes indivíduos", disse o AAOS.
Falando com a Associated Press, o Dr. Eric Holbrook, especialista em condições nasais e sinusais do hospital Massachusetts Eye and Ear, em Boston, disse que a questão tem sido um "tópico quente" entre os especialistas em otorrinolaringologia.
Ele disse que são necessários mais estudos, mas as primeiras indicações são de que o olfato retorna dentro de algumas semanas entre as pessoas que se recuperam do COVID-19. Holbrook disse à AP que está tentando montar um estudo para seguir a conexão cheiro-coronavírus em pacientes atendidos em hospitais da região de Boston.
Mais Informações
Os Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças têm mais informações sobre o novo coronavírus.
Encontre seus produtos para saúde e receba em todo Brasil.