Saúde mental dos homens: tabu na sociedade
Por Suprevida
Desde o início da civilização, os homens são considerados o “sexo forte”. É exigido que eles sejam e se portem de uma maneira pré-estabelecida e, caso não sigam esse padrão, são discriminados, viram motivo de brincadeira e são comparados à homossexuais.
A masculinidade tóxica tem sido o motivo de debate em diversos lugares – principalmente nas redes sociais. Muitos homens – e até mulheres – acreditam que não há nada de errado com esses comportamentos enraizados na nossa sociedade atual. De fato, a forma como o homem é visto é algo normal, mas não é o ideal, não é o certo. Não é vantajoso para nenhuma das partes (homens ou mulheres).
MASCULINIDADE TÓXICA: O QUE É?
Imagine o seguinte cenário: quatro amigos estão em um bar, conversando e bebendo. Uma mulher bonita entra no local e os amigos começam a reparar nela. Três deles pressionam o outro a falar com ela, mas ele diz que não, que não quer. Os três amigos começam a debochar e perguntar se ele “é homem mesmo”. Para não ser motivo de chacota e para “mostrar que é homem”, ele vai até a mulher – mesmo contra a sua vontade.
Soa familiar? É porque essa cena é comum em várias rodas de homens. Os homens são constantemente pressionados a provar sua virilidade e isso se torna algo tóxico. É algo que é passado de geração em geração, como uma doença hereditária e contagiosa.
Homens sabem o que esperam dele e, por isso, repetem a mesma história sempre. Muitas vezes, sabem que não é o certo, não é um comportamento adequado, mas precisam e querem ser aceitos, então, entram no ciclo vicioso da masculinidade tóxica.
Comportamentos e interesses associados a mulheres são assuntos proibidos. Relacionamentos abusivos são originados dessa aversão, muitas vezes ligada, novamente, à necessidade de provar ao mundo que são homens.
HOMEM NÃO CHORA?
Todo ser humano, independente do sexo, chora. É algo normal do nosso corpo e do nosso organismo. No entanto, uma crença popular que associa homens que choram à fraqueza contradiz as leis biológicas. E quais são os impactos dessa crença na saúde mental das pessoas do sexo masculino?
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Impactos imensuráveis. A crença de que “homem não chora” afeta intrinsicamente a autoestima e a autoconfiança dos homens, além de dificultar o desenvolvimento de inteligência emocional para lidar com possíveis obstáculos do cotidiano. Chefes agressivos, parceiros hostis e amigos desrespeitosos – todos têm algo em comum: o medo de não serem aceitos pela sociedade caso se mostrem mais humanos.
Homens, no geral, têm mais dificuldades para se conectarem às suas emoções e para canalizá-las também. Eles guardam todo e qualquer sentimento para si mesmos: raiva, angústia, frustração. E o ato de internalizar essas emoções prejudica a saúde mental de modo que eles sintam a necessidade de extravasar através de atitudes inconsequentes e irritabilidade excessiva.
A IMPORTÂNCIA DE FALAR SOBRE O ASSUNTO
De acordo com a OMS (2018), o suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. A Organização acredita que identificar situações de risco e oferecer apoio aos jovens é necessário para que os números diminuam. Além disso, é fundamental que os homens se desenvolvam para lidar com os estresses da vida, e entendam que vulnerabilidade não quer dizer falta de autoridade.
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É preciso desconstruir o pensamento de que sentimentos, ou falar sobre eles, são “coisa de mulher”. O ser humano tem dezenas de emoções, algumas que sequer sabemos o nome. Mas elas existem e são reais e, quando negligenciadas, deixadas de lado, elas consomem cada pedaço do corpo.
Transtornos mentais são reais e precisam de atenção para que pessoas não se tornem números e estatísticas. Precisam de visibilidade e apoio, para que as coisas não saiam do controle e várias pessoas sejam afetadas.
Buscar ajuda é um ato de braveza, coragem.
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