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Cuidador


Você sabe o que é a Síndrome do Cuidador?


Por Suprevida

Procure pela palavra cuidador no dicionário e você vai encontrar a seguinte definição: “quem trata, toma conta de alguém ou de algo”. Com o envelhecimento acelerado da população, essa é uma ocupação que vem crescendo rapidamente e a qual muitos familiares abraçam por terem um ente querido que necessita deles.

Ser cuidador não é uma tarefa fácil e muito menos simples, principalmente se a pessoa a ser cuidada – que não necessariamente precisa ser um idoso – tem alto grau de dependência e exige cuidados dos quais muitas vezes a vida deles depende.

A maioria dos cuidadores experimenta momentos em que o cansaço e a frustração de cuidar de um ente querido ou de um paciente parecem tomar conta do corpo e da mente. Se você já passou por isso, saiba: você está no caminho de sofrer do estresse do cuidador ou burnout do cuidador, como também é chamado.

Essa é uma ocupação louvável e fundamental, mas é preciso que haja limites. Muitas vezes, o cuidador se dedica tanto à pessoa de quem ele cuida que acaba por esquecer as suas próprias necessidades, desejos e cuidados.

O que é
A síndrome do cuidador nada mais é do que um estado de ansiedade, tristeza e esgotamento permanente gerado por um estresse contínuo devido à responsabilidade de cuidar de um terceiro.  Não é todo cuidador que vai passar por isso.

Costuma afetar principalmente quem cuida de pessoas com grau alto de comprometimento psiquiátrico ou neurológico, como é o caso de pacientes com Alzheimer ou outros tipos de demência, que exigem dedicação contínua. Sabe-se que o Alzheimer leva à alteração do humor e que muita gente que tem a doença chega a ficar violenta.

O burnout é uma combinação de vários fatores, entre eles se a pessoa já teve uma depressão antes, o tempo de estresse prolongado a que ela é submetida, o quanto da sua vida ela teve de renunciar para ter essa ocupação, entre outros.

Sabe-se que mulheres cuja ocupação é exclusivamente cuidar de um terceiro ou pessoas e profissionais que vivem sob o mesmo teto do doente – sendo ele um ente querido ou não – são mais suscetíveis a apresentar o problema.

A síndrome do cuidador, aliás, é um dos grandes motivos de muitas famílias realocarem os seus entes queridos para uma clínica de idosos ou uma clínica que atenda pessoas com pouca independência.

Como saber se você tem risco de sofrer da síndrome

Leia com atenção as perguntas abaixo e responda:

Nunca = 1 ponto
Quase nunca = 2 pontos
Às vezes = 3 pontos
Frequentemente = 4 pontos
Quase sempre = 5 pontos

Some o resultado das suas respostas de acordo com a pontuação acima. Se tiver somado 16 ou menos, você não sofre de sobrecarga nessa ocupação. Se a soma tiver sido maior do que 16, você está sofrendo grande sobrecarga e é preciso que busque ajuda.

1. Você sente que devido ao tempo que passa com seu familiar doente ou com um paciente que atende você não tem tempo para você?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

2. Sente-se estressado por ter de cuidar daquela pessoa e ainda ter que dar conta de outras coisas no dia, como cozinhar, cuidar dos filhos etc.?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

3. Você acha que a situação atual afetou negativamente a sua relação com amigos, companheiro (a) ou outros membros da família?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

4. Você se sente esgotado quando está com o ente querido de quem cuida ou do paciente que cuida?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

5. Você acha que a sua saúde foi afetada por causa disso?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

6. Você sente que perdeu o controle da sua vida desde que virou cuidador de alguém?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

7. Você se sente sobrecarregado com essa ocupação?
Nunca
Quase nunca
Às vezes
Frequentemente
Quase sempre

Burnout se manifesta por uma série de sintomas
A síndrome do cuidador tem um impacto profundo no corpo e na cabeça. Além de aumentar o risco de depressão crônica, ele também eleva as chances de desenvolver diabetes, hipertensão e mesmo de ter um AVC.

Esses são alguns dos sintomas comuns:

* Enorme cansaço
* Dor de cabeça ou de estômago
* Mudanças nos hábitos alimentares; perda ou ganho de peso
* Sentimento de desesperança
* Perda de interesse por coisas do dia a dia
* Problemas para dormir
* Irritação ou impaciência com pequenas situações ou pessoas
* Enfraquecimento do sistema imunológico, o que leva à menor resistência a doenças
* Mudanças de humor
* Mudança nos hábitos alimentares – ganhar ou perder bastante peso

O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar. Muitas vezes, é necessário o uso de remédios antidepressivos ou ansiolíticos. Outras, até psicoterapia. Atividade física também ajuda bastante. Quando se chega a um estágio de burnout do cuidador, a ampliação da rede de suporte do paciente talvez seja necessária.

O que fazer?
Se você anda realmente se sentido sobrecarregado com a ocupação de cuidar de alguém, é preciso estar alerta à possibilidade de vir a ter burnout. Todo cuidado é pouco. Eis algumas dicas fundamentais que vão ajudar a evitar o problema:

1- Peça ajuda – Essa é a dica mais importante. Pedir ajuda não significa ser um mau cuidador. Significa que você, sozinho, talvez não esteja dando conta do recado.

2- Procure levantar meia hora ou 15 minutos mais cedo para ter um tempinho só para você. Você pode orar, fazer o café do jeito que gosta, alongar, ler o seu jornal, não importa. Esse será um momento só seu.

3- Cuide-se. Tem uma consulta médica marcada? Vá. A sua saúde também conta, e muito. Procure se alimentar bem.

4- Quais são as tarefas do dia a dia que você costuma cumprir, além da tarefa de cuidador? Será que não dá para delegar para alguém da família algumas delas, deixando você mais livre?

5- Faça pequenos intervalos durante o dia. Se você está cuidando de alguém profissionalmente, procure fazer uns intervalos, por exemplo, quando o seu paciente está dormindo. Ligue para alguém para conversar. Leia algo. Saia da casa para respirar um ar.

6. Não vá além daquilo que é capaz de fazer. Não se exija demais. Não esqueça, você faz o melhor que pode – e que consegue, dada a condição do seu ente querido ou paciente. Ninguém é perfeito, não se esqueça disso.



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