Doença renal: dieta e suplementação nutricional
Fórmulas garantem necessidades nutricionais de pessoas com doença renal crônica
Guarde estes números: segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, é cada vez maior o número de brasileiros com doença renal crônica. Se em 2000 42 mil pessoas tinham de se submeter à diálise, em 2017 já eram 122 mil.
De diabetes a hipertensão e até mesmo cigarro, doenças e estilo de vida jogam contra os rins. São eles os órgãos responsáveis por regular a composição e o volume de sangue e remover, através da urina, as toxinas que se acumulam no sangue. Eles também ativam a vitamina D, necessária para que o cálcio seja absorvido pelo organismo e produzem uma substância fundamental para que o corpo consiga produzir células vermelhas do sangue. Ou seja, os rins são uma espécie de peça-chave no organismo. Sem ele, o corpo desanda.
Quando os rins perdem parcial ou totalmente a capacidade de se livrar das toxinas, elas começam a se acumular no corpo. É o começo da doença renal crônica. Ela pode evoluir até que o doente precise usar uma máquina para filtrar o sangue ou chegar ao ponto de ele necessitar de um transplante.
Onde entram os suplementos
A dieta de pacientes renais é considerada pelos especialistas uma das mais complicadas de seguir por causa das muitas limitações na ingestão de minerais. Com isso, fica bem mais difícil selecionar que alimentos eles podem consumir e em que quantidades.
Muitos desses pacientes também têm diabetes e, acredite, as recomendações muitas vezes vão no sentido oposto ao das recomendações alimentares para pessoas com doenças renais. Vira uma confusão! Portanto, é fundamental ter o acompanhamento de um nutricionista, que vai ajudar a montar um cardápio possível, facilitando o dia a dia de quem convive com problemas renais.
A suplementação – sempre aliada ao controle da dieta – entra para reduzir a progressão das doenças renais crônicas e para complementar a dieta de quem já entrou em diálise.
Os suplementos específicos para pacientes renais devem conter proteínas de alto valor biológico, ou seja, proteínas completas. Pessoas que entraram em diálise devem escolher fórmulas com alto teor de proteína, enquanto os demais pacientes renais, aquelas com baixo teor proteico.
Embora cada doença renal deva ser considerada caso a caso, geralmente os suplementos devem ter teores mais baixos de fósforo, potássio e sódio. Em pessoas com insuficiência renal, por exemplo, o potássio não consegue ser excretado através da urina e os níveis desse mineral vão subindo à medida que a pessoa ingere alimentos que o contêm. Daí a necessidade de o suplemento conter menos potássio.
Com o fósforo acontece mais ou menos a mesma coisa, com o agravante de que à medida que os níveis do mineral aumentam, caem os teores de cálcio, o que pode levar ao comprometimento dos ossos.
Já a redução de sódio tem como objetivo desacelerar o avanço da doença renal, já que o menor consumo do mineral ajuda a reduzir a pressão arterial. Pressão alta é uma das principais causas de falência dos rins.
Mais do que rins doentes
É relativamente comum que pacientes com doença renal crônica tenham uma ou mais doenças associadas a ela, como, por exemplo, diabetes. Nesse caso, o objetivo primordial será manter a glicemia sob controle. Ao fazer isso, a pessoa consegue desacelerar o avanço da destruição dos rins.
Assim, muitos suplementos foram pensados de forma a incorporar também carboidratos de baixo índice glicêmico. O índice glicêmico, ou IG, indica a velocidade com que um carboidrato é transformado em glicose no organismo. Quanto maior o IG, mais ele vai impactar a glicemia sanguínea. É bom lembrar que glicose nada mais é do que um tipo de açúcar, por isso, se essa glicose cai rapidamente no sangue, a glicemia sobe rapidamente também.
Outro problema associado a quem tem doenças renais crônica é a perda de apetite. A falha progressiva dos rins e a sua incapacidade de filtrar o sangue leva a uma queda do consumo de alimentos. Aproximadamente um terço das pessoas em diálise reclama de falta de apetite, mostrou um estudo. Não por acaso muitos suplementos renais são também hipercalóricos, com o objetivo de garantir uma dose extra de energia para esses pacientes debilitados.
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