Feridas: as 4 fases da cicatrização
Saiba como uma ferida cicatriza
A maioria de nós não dá muita bola para a cicatrização por considerar que é algo praticamente inevitável e quase automático. Cortou-se? Quase todo mundo lava o corte, cobre com um curativo e esquece do fato. Só não esquece, claro, se o corte tiver sido profundo demais, sangrar demais ou se, depois de algum dia, for pego com uma febre ou com o local inchado, quente e vermelho, sinais de que ali se instalou alguma infecção.
Mas saiba que debaixo do curativo está acontecendo uma cascata complexa e impressionante de eventos que vai levar ao fechamento daquela ferida e à substituição do tecido que ficou danificado por um novinho em folha. Essa cascata de coagulação, como é chamada, é dividida em fases, que muitas vezes se sobrepõem. Saiba quais são elas:
1. Homeostase
O objetivo aqui é estancar o sangramento. Quando nos cortamos, nos furamos e nos arranhamos, geralmente há um sangramento. O corpo ativa uma espécie de sistema de reparo de emergência. Em poucos minutos, as células sanguíneas começam a se juntar para formar um coágulo que vai evitar que mais sangue continue extravasando. Quando esse coágulo seca, forma a famosa casquinha.
2. Fase inflamatória
Se o objetivo na primeira fase era evitar o vazamento de sangue, a segunda fase foca na destruição de bactérias. Qualquer abertura no corpo, é bom lembrar, é porta aberta para a entrada de microrganismos invasores.
Nesse momento, começam a atuar diferentes células do sistema de defesa do organismo. Os neutrófilos são as primeiras células a chegar na ferida, ajudando a produzir substâncias que auxiliam no combate a bactérias que infestam o local. Já os macrófagos não só atuam como protetores do local, também ajudando a combater a infecção, como produzem substâncias que vão ajudar na reparação da ferida.
Outro objetivo dessa fase é preparar o terreno para o crescimento de um novo tecido. Tanto os neutrófilos quanto os macrófagos, além de atacarem os “inimigos”, são responsáveis pela retirada de vestígios de células mortas ou danificadas, abrindo caminho para que novas células venham ocupar aquele lugar.
Essa fase dura de 1 a 4 dias, dependendo da extensão da lesão. Comumente se vê a presença de secreção, podendo haver inchaço no local, vermelhidão, aquecimento da pele, e mesmo dor.
3. Fase proliferativa
Com a ferida limpa de células e tecidos mortos, tem início a fase 3. Aqui, todos os esforços são no sentido de preencher e reconstruir o local machucado com novo tecido, feito basicamente de colágeno. À medida que o tecido novo vai sendo construído, a ferida vai se retraindo e reduzindo de tamanho. Também é feita uma nova rede de vasos sanguíneos para levar oxigênio e nutrientes às células jovens que acabaram de nascer.
No final dessa fase, ocorre o revestimento da superfície da ferida com um tipo de célula chamado de epitelial. É importante lembrar que a produção dessas células acontece mais rapidamente quando a ferida é mantida úmida, daí a importância de se usar um curativo para cobrir o machucado e manter a umidade do local. O curativo deve ser aplicado sobre a ferida no máximo 48 horas depois da lesão, a menos que o médico recomende outros cuidados.
A fase proliferativa leva de 4 a 24 dias, dependendo do tamanho da ferida.
4. Fase de maturação
É, digamos assim, a fase de “acabamento”. O tecido novo fica mais forte e flexível porque o colágeno se reorganiza e a ferida é completamente fechada. As células que tinham trabalhado para reparar a ferida e que agora perderam a função morrem.
Essa fase varia de ferida para ferida pode chegar a durar 2 anos!
É possível perceber que a cicatrização é um processo bastante complexo e envolve uma equipe gigante de “funcionários” e “equipamentos”, que trabalham sem parar para recuperar aquele tecido que tinha sido lesionado. Várias coisas podem interromper a cicatrização ou torná-la mais lenta: desde a idade e estado nutricional da pessoal à instalação de uma infecção.
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