Isso é o que você precisa saber sobre embolia pulmonar
Por Suprevida
Isso é o que você precisa saber sobre embolia pulmonar
Embolia pulmonar ou simplesmente embolia nada mais é do que o entupimento de uma artéria do pulmão por causa de um coágulo.
A coagulação do sangue, todo mundo sabe, é um processo natural disparado pelo corpo quando existe sangramento. Várias células e reações químicas entram em ação, transformando o sangue em um tecido mais sólido, capaz de estancar o ferimento. Normalmente, nosso corpo dissolve naturalmente esse coágulo depois que a ferida cicatrizou (hiperlincar etapas cicatrização).
Porém, às vezes esses coágulos se formam no interior dos vasos sanguíneos mesmo que não tenha havido uma lesão e não se dissolvem naturalmente. Essa situação é bastante perigosa e exige um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
Os coágulos podem ocorrer nas veias ou nas artérias, que são vasos que fazem parte do nosso sistema circulatório. Esses dois vasos ajudam a transportar sangue por todo o corpo, mas cada um deles funciona de maneira diferente.
As veias são vasos de baixa pressão que transportam o sangue pobre em oxigênio dos órgãos em direção ao coração. Quando um coágulo se forma na veia, ele pode impedir total ou parcialmente o retorno do sangue ao coração, levando a dor e a inchaço à medida que o sangue vai se acumulando atrás do coágulo.
Esses coágulos, chamados de coágulos venosos, costumam se formar nas veias mais profundas das pernas, localizadas perto do osso, onde são circundadas por músculos. É o que os médicos chamam de trombose venosa profunda.
Em algumas situações, esse coágulo pode se desprender do seu ponto de origem e viajar pela corrente sanguínea. Todo coágulo que se desprende a viaja pelo corpo é chamado de êmbolo.
Quando ele atinge um vaso sanguíneo pelo qual ele não consegue passar, ocorre um bloqueio do fluxo de sangue. É bom lembrar que temos no corpo vasos sanguíneos de diferentes calibres – dos mais grossos aos finíssimos.
Esse bloqueio é chamado de embolia. Noventa por cento das vezes, ele acontece no pulmão, por isso os médicos chamam essa situação de embolia pulmonar. Ela é extremamente perigosa e com grandes chances de haver fatalidade.
A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda mais comum, só ficando atrás do infarto e do AVC, diz um estudo brasileiro de 2015. Não se tem muitos dados de embolia no Brasil. Sabe-se, por exemplo, que o número de hospitalizações por embolia pulmonar no país foi de aproximadamente 6.700 casos em 2004, de acordo com dados do DATASUS. Entretanto, estima-se que em torno de 75% dos casos não são diagnosticados, segundo um artigo escrito por médicos do Hospital Albert Einstein.
Quando não tratada, a embolia pulmonar chega a matar aproximadamente 30 a cada 100 pessoas com a condição, por isso o diagnóstico rápido é essencial, pois reduz a mortalidade para até 8 em cada 100 pessoas.
Eu tenho risco de ter o problema?
Na verdade, todo mundo um dia pode ter embolia pulmonar. Porém, algumas pessoas têm mais chance de desenvolver o problema. Confira:
• qualquer um que precise ficar muito tempo em uma cama, seja porque operou seja porque sofreu uma fatura
• qualquer um que precise ficar um tempo inativo em uma mesma posição; por exemplo, quem faz longas viagens de carro ou de avião
• quem passou por uma cirurgia recente (nos últimos 3 meses) nas pernas, quadril, abdome ou cérebro
• mulheres que tomam anticoncepcional ou fazem terapia de reposição hormonal
• quem fuma
• quem está grávida – antes, durante e depois do parto
• quem sofreu alguma fratura no quadril ou no fêmur
• quem já teve trombose venosa profunda (TVP) alguma vez na vida - cerca de 15% dos casos de TVP podem levar à embolia pulmonar
• quem passou por uma cirurgia no coração ou teve um infarto
• quem teve um AVC
• quem tem câncer
• quem é obeso
• quem tem mais de 70 anos
• quem tem varizes
O que eu sinto?
Os sintomas variam de pessoa a pessoa. mas entre os sinais mais comuns estão:
• falta de ar ou respiração muito curta e rápida
• aumento dos batimentos cardíacos
• dor no peito, como se alguém estivesse enfiando uma faca no peito
“Os sintomas mais comuns são falta de ar e dor no peito ou nas costas, com um início rápido e agudo. A dor é súbita e piora quando a pessoa respira fundo. Além disso, a pessoa pode ter a sensação do coração muito acelerado”, disse o pneumologista Fábio Munhoz ao site do Ministério da Saúde.
Além disso:
• tosse ou tossir sangue
• palidez
• tontura
Qualquer um desses sintomas, juntamente com dor na perna ou dor na hora de engolir aumentam as chances de realmente ser embolia pulmonar, segundo a base de informações médicas Uptodate.
Como é que eu descubro que eu tenho?
Geralmente, embolia pulmonar é difícil de ser diagnosticada, porque muitos dos sintomas lembram os de uma série de outras condições de saúde e doenças.
De qualquer forma, os médicos precisam considerar embolia quando um paciente chega ao consultório com dificuldade de respirar ou dor no peito repentina.
Para fazer o diagnóstico, o médico, além de fazer um exame clínico e saber da história médica do seu paciente, pode pedir um desses exames:
• Raio-X – O exame mostra o tamanho, formato e contorno dos pulmões e coração
• Eletrocardiograma – É simples e rápido. Quase 70% das pessoas com embolia vão apresentar um eletro anormal.
• Angiografia pulmonar – É uma imagem de raio-X dos vasos sanguíneos dos pulmões. Esse exame é capaz de cravar o diagnóstico ou descartar embolia. É um exame seguro, em que se injeta um contraste para tirar a chapa.
• Ultra-som venoso dos membros inferiores – A maioria dos coágulos pulmonares vêm de veias profundas nas pernas. A visualização do trombo venoso frequentemente é possível, porém não é essencial para o diagnóstico.
• Cintilografia pulmonar de ventilação-perfusão – É um dos testes mais usados para avaliar pessoas com suspeita de embolia pulmonar. Avalia o movimento do ar e o fluxo de sangue nos pulmões.
• Tomografia computadorizada de tórax – Vem sendo bastante usada para o diagnóstico de embolia pulmonar.
Dá para tratar?
O mais importante é fazer um diagnóstico precoce, porque isso permite curar o problema sem nenhuma sequela. “O médico deve estar atento aos sintomas e aos fatores de risco.
O tratamento começa com o controle dos sintomas. Costuma se dar oxigênio se os problemas respiratórios identificarem que a pessoa está com baixos níveis, além de analgésicos para dor. Também pode ser necessária ventilação mecânica.
Geralmente, a embolia é tratada com anticoagulantes, também chamados de afinadores do sangue (embora eles não afinem o sangue). Eles ajudam a prevenir a formação de novos coágulos e evitar que os já existentes fiquem maiores.
A maioria das pessoas toma anticoagulantes por alguns meses, porém pessoas que têm alto risco de formar coágulos podem ter de fazer uso do remédio para o resto da vida.
Os médicos também podem administrar remédios trombolíticos, que dissolvem o coágulo. Porém, como esses medicamentos podem causar sangramentos perigosos, eles só são usados em pessoas que têm risco real de morte.
Em casos de embolia grave, muitas vezes os médicos tentam quebrar o coágulo através de um catetér inserido na artéria do pulmão ou então eles fazem uma cirurgia para retirar o coágulo.
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