Não esqueça da gripe Tem que vacinar
Por Suprevida
Só se fala em coronavírus, mas não esqueça da gripe. Tem que vacinar!
Outono é o início da temporada da gripe e com ela chega a Campanha de Vacinação. Se vacinar todos os anos sempre foi importante, principalmente para idosos, grávidas, crianças e pessoas com doenças crônicas, em 2020 a vacinação tornou-se duplamente importante.
Primeiro, porque como os sintomas de gripe e do COVID-19 são parecidos, quem se vacinou e tem algum sintoma como tosse, febre, coriza e mal-estar garante para o médico que aquele quadro não é gripal, portanto, poderia ser sinal de coronavírus.
Segundo, porque especialistas afirmam que, embora raro, é possível pegar gripe e COVID-19 ao mesmo tempo. E isso é ainda mais complicado para quem tem acima de 60 anos.
Informações vindas da China mostraram algumas poucas pessoas com ambas as doenças, mas isso não significa que não pudesse haver muito mais gente com as duas. É que quando os médicos descobrem que alguém tem COVID-19, dificilmente eles fazem um outro teste para ver se aquela pessoa por acaso teria sido infectada pelo vírus da gripe.
O que é a gripe
O resfriado, a gripe e o COVID-19 são todas doenças causadas por vírus que afetam o sistema respiratório. Todos os três se espalham de pessoa para pessoa através do contato com gotículas que alguém que está infectado expeliu pelo nariz, quando espirra, ou pela boca, quando tosse.
Também pode ser pelo contato com alguma superfície que recebeu essas mesmas gotículas. Qualquer um também pode ser infectado se tiver contato direto com alguém que está doente, como dar um beijo ou falar bem perto dessa pessoa doente.
O resfriado raramente causa alguma complicação mais séria, mas a gripe e o coronavírus podem causar.
A gripe sazonal, essa que todo ano afeta muita gente, é terrível. Ela é causada pelo vírus chamado influenza. Assim como o novo coronavírus, ele ataca as vias respiratórias.
É fundamental tomar a vacina todos os anos, porque esses vírus sofrem muitas mutações de um ano para outro. Tanto, que todo ano percebemos uma mudança no nome das famílias desses vírus. Essas alterações sofridas pelo influenza de ano para ano fazem com que o nosso sistema de defesa não consiga mais reconhecer aquele invasor, nos deixando mais suscetíveis à doença.
A cada ano, a vacina muda justamente para dar conta das novas famílias de vírus que surgem. Assim, ficamos protegidos dos microrganismos que estão “bombando” naquele ano.
Por que a gripe pode causar morte
A gripe é uma doença séria, que não pode ser menosprezada. No mundo todo, ela causa entre 3 e 5 milhões de quadros graves e entre 290 mil e 646 mil mortes por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC), uma das mais respeitadas instituições do mundo.
No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram 1.109 mortes em 2019, sendo a maioria deles de pessoas acima de 60 anos e de pessoas com doenças cardiovasculares crônicas e diabéticos.
Assim como o novo coronavírus, na maior parte dos casos a gripe não traz grandes complicações. Acontece que em algumas pessoas, o corpo acaba se “matando” na tentativa de se curar, segundo artigo da Scientific American.
Nenhum vírus consegue se replicar sozinho. Ele precisa entrar em alguma célula viva para dar conta de se multiplicar. Pode ser uma célula animal ou humana.
À medida que o número de vírus no corpo vai crescendo, o nosso sistema de defesa (o sistema imunológico) entra em ação para eliminar a ameaça. Um dos resultados dessa luta são reações inflamatórias. Outro, a destruição de tecidos que abrigam o vírus – no caso da gripe, os pulmões e vias respiratórias.
Para a maior parte das pessoas, o resultado da batalha não traz grandes consequências e o doente se recupera dali uns dias ou semanas. Mas em algumas pessoas, os soldados de defesa do sistema imunológico (células, anticorpos etc.) se descontrolam totalmente e a reação é como jogar no nosso corpo, tão grande é a reação.
Grande parte das células pulmonares é destruída e os pulmões não conseguem mais entregar oxigênio para o sangue, por onde ele seria distribuído para o corpo. Resultado: morte.
Também pode acontecer de alguma bactéria tomar vantagem do corpo estar enfraquecido para se instalar nos pulmões e dali se espalhar para outros órgãos e para o sangue, causando o que se chama choque séptico, que pode causar morte.
Gripe, em casos mais graves, também pode levar a outras complicações, entre elas, infecção no ouvido e inflamação do coração. Por isso, é tão importante se vacinar anualmente. Estudos mostram que a vacinação consegue reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonia e de 39% a 75% a mortalidade.
Os vulneráveis
A maioria dos casos de morte acontece entre idosos e crianças. Por um lado, o sistema imunológico de quem tem mais de 65 anos já não tem tanta energia para lutar, por outro, o das crianças ainda não está maduro o suficiente e a defesa pode não ser a melhor possível.
Além disso, crianças até 5 anos e idosos são menos capazes de aguentar o tranco da bomba atômica que foi jogada sobre eles pelo seu sistema de defesa.
Grávidas, profissionais de saúde e pessoas com condições crônicas como asma, HIV, diabetes são considerados também grupo de risco.
Como se vacinar com segurança
Em 2020, a Campanha de Vacinação contra Gripe mudou por conta da crise do coronavírus. Até o dia 16 de abril, o foco será nos idosos e profissionais de saúde.
E não dá para esperar a onda do Sars-Cov-2 passar para depois vacinar. “Os casos do coronavírus estão em fase ascendente e a temporada da gripe está chegando. Caso a gente adie a campanha, teremos um risco alto de duas infecções ao mesmo tempo”, informou o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) à revista Saúde.
Em muitas cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras menores, do interior, estão vacinando no formato drive thru. O idoso chega de carro, não precisa nem descer. Recebe a vacina e vai embora. Informe-se no site da Secretaria de Saúde da sua cidade!
Agora, se não houver esse serviço na sua cidade, procure seguir essas dicas:
• mantenha uma boa distância da pessoa à sua frente;
• evitar ficar conversando;
• deu vontade de tossir ou espirrar? Faça isso sobre o seu braço ou cotovelo;
• busque horários alternativos, como logo no início da manhã ou bem no fim da tarde;
• não fique encostando a mão nas paredes, mesa ou outros locais e, se puder, vá de luva;
• ao chegar em casa, retire os sapatos antes de entrar em casa, tire a roupa e lave-a na máquina de lavar. E vá direto para o banho.
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