O que você precisa saber sobre prolapso uterino
Por Suprevida
Esse é um assunto que todas as mulheres, deveriam ter no radar. É fato que muitas de nós nunca ouvir falar de prolapso uterino, mas ele existe e pode afetar muitas de nós que tivemos mais de um filho e que passamos por vários trabalhos de parto ou que já estamos na menopausa. Segundo estimativas, o prolapso uterino acomete entre 35% e 50% das mulheres.
Eis o que acontece. O útero é um órgão oco e muscular que fica situado entre a bexiga e o reto. Ele permanece "seguro" naquele local graças aos músculos pélvicos e a uma série de ligamentos que são conhecidos como assoalho pélvico. Se esses músculos por acaso começam a ficar fracos, flácidos e esticam, eles não conseguem mais sustentar o útero e ele pode escorregar para a vagina. Isso é o que os médicos chamam de prolapso.
A Associação de Suporte a Pessoas com Prolapso dos Órgãos Pélvicos (APOPS, na sigla em inglês) diz que geralmente as mulheres que convivem com o problema se sentem envergonhadas de conversar com os seus médicos. "Num momento em que são responsáveis, muitas vezes, por mais de 50% da força de trabalho na família, elas se veem obrigadas a reduzir a atividade física, social e profissional. Além disso, o prolapso torna as relações sexuais dolorosas e, se for pronunciado, praticamente impossíveis", disse o urologista Fábio Bacarat ao site do Doutor Drauzio Varella.
O risco de termos prolapso uterino aumenta à medida em que envelhecemos e os nossos níveis de estrógeno ficam menores. Para que você saiba, o estrógeno é o hormônio que ajuda a manter o assoalho pélvico forte. Por isso, quando chegamos à menopausa estamos mais suscetíveis a ter o problema.
O trabalho de parto (normal, claro) eventualmente também pode causar danos aos músculos pélvicos, podendo levar ao prolapso.
Há outros fatores que também podem aumentar as chances de você ter a condição:
• Obesidade – A obesidade aumenta a pressão na cavidade intra-abdominal, que pode enfraquecer os músculos do assoalho pélvico, segundo um estudo.
• Tosse crônica – Calma! Não é uma tosse qualquer, mas tosses relacionadas a certas condições respiratórias, como asma ou bronquite, ou aquela típica de quem fuma. Quando tossimos, forçamos nossos órgãos internos em direção ao canal vaginal. Coloque a mão na na região da vagina para sentir a pressão. Com o tempo, isso pode danificar a musculatura do assoalho pélvico, levando ao prolapso.
• Constipação crônica – A mesma coisa com a constipação crônica. A força que é necessária para que as fezes saiam pode levar, no longo prazo, os músculos do assoalho pélvico a ficarem frouxos.
• Levantamento de peso – Aqui valem qualquer uma dessas situações: carregar crianças pesadas para cima e para baixo, ter uma profissão que exige carregar peso ou mesmo um esporte que você faça, como musculação (desde que você seja daquelas pessoas super fitness, que sustentam pesos muito elevados) ou mesmo levantamento de peso.
O prolapso uterino pode ser completo ou incompleto. Por isso, ele é dividido em estágios ou graus, que indicam o quanto o útero desceu pelo canal vaginal:
a) Grau 1 – o útero desce só até a metade superior da vagina;
b) Grau 2 – o útero desce quase até a abertura do canal vaginal;
c) Grau 3 – sai um pedaço do útero pela vagina;
d) Grau 4 – o útero sai completamente pela vagina.
Quais são os sintomas?
Os sintomas dependem do quanto o útero escorregou pelo canal vaginal, mas pode haver um ou mais desses sinais:
• Sensação de peso e pressão na vagina;
• Dor na hora de ter relações sexuais;
• Sangramento vaginal;
• Um pedaço do útero saindo para fora da vagina;
• Constipação e dificuldade para evacuar;
• Infecções urinárias frequentes ou sensação de que a bexiga não esvaziou completamente.
Para confirmar se você tem prolapso, o seu ginecologista primeiro vai analisar os seus sintomas. Depois, vai fazer um exame ginecológico, igual ao que você faz normalmente. Isso vai permitir que ele veja dentro da vagina e examine o seu canal vaginal e o útero.
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Dá para tratar?
Sim, dá para tratar. Agora, o tratamento vai depender do estágio do seu prolapso. Se você não tiver nenhum sintoma ou sintomas leves, é provável que o seu médico indique:
1. Exercícios de Kegel – Os exercícios de Kegel são excelentes para quem prolapso em estágio 1, por exemplo. Eles ajudam a fortalecer os músculos do assoalho pélvico e impedir que o problema se agrave. O Kegel também ajuda a prevenir o problema, sendo uma boa dica para todas as mulheres.
2. Perda de peso, para aliviar a pressão sobre as estruturas pélvicas, e tratamento para a constipação também podem ajudar bastante.
3. Evitar pegar pesos muito pesados.
4. Pessário – Você provavelmente nunca ouviu falar, mas o pessário pode ajudar bastante. Essa é a opção que costuma ser prescrita para quem, por algum motivo, não pode fazer cirurgia. O pessário é um anel de plástico ou de borracha que é inserido na vagina para segurar o útero no lugar. Ele lembra um diafragma. Existem vários modelos de pessário, que podem ajudar inclusive quem tem prolapso de grau 3. Ele deve ser retirado regularmente para limpeza. O único senão é que o aparelho aumenta o risco de infecções urinárias.
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5. Creme com estrógeno – Alguns estudos mostraram que o uso de creme vaginal com estrógeno pode ajudar na regeneração e no fortalecimento do tecido vaginal, mas ele não consegue reverter o prolapso.
Cirurgia sempre é recomendada
Quando há possibilidade de fazer cirurgia, ela sempre é recomendada, porque vai corrigir o problema de uma vez por todas. A cirurgia vai depender, claro, da condição de saúde da mulher e da sua idade. Há vários opções de cirurgia, que deverão ser analisadas por você juntamente com o seu ginecologista.
Geralmente, a cirurgia é efetiva, mas não é recomendada para quem planeja ter um filho. O trabalho de parto gera um estresse tremendo nos músculos pélvicos, o que pode desfazer todo o trabalho que o seu médico fez para reparar o útero.
Basicamente, há duas possibilidades:
a) Reparar o assoalho pélvico que está enfraquecido. A cirurgia geralmente é feita pela vagina, mas também pode ser feita pelo abdome. "A técnica cirúrgica consiste em utilizar telas feitas de material sintético, que recobrem todo o assoalho pélvico com o objetivo de fortalecer essa região com menos músculos e onde se localizam os orifícios da vagina e do reto", conta Fábio Bacarat.
b) Histerectomia. É a remoção total do útero. Geralmente é uma cirurgia segura, porém radical, que deve ser analisada com cuidado.
Quando o prolapso não é tratado, ele pode causar escaras na mucosa da vagina e no tecido que reveste o colo do útero. Com o tempo e o contato com a roupa íntima, podem se formar feridas e aumentar as chances de haver infecções.
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