Saiba qual é a diferença entre artrite e artrose
Por Suprevida
Acredite, tem muita, mas muita gente mesmo que confunde artrite com artrose. As palavras são semelhantes mesmo, com o agravante de que as duas doenças atacam as articulações, tornando a confusão fácil.
Acontece que artrite e artrose são doenças bem diferentes. Um dos enganos mais comuns sobre essas doenças é de que elas são um problema exclusivo de idosos. Sim, elas são mais comuns em pessoas acima dos 60 anos, porém jovens, adultos e até crianças também, podem apresentar essas condições.
Aliás, a principal diferença entre artrite e artrose é que a primeira acomete idosos e a segunda pode aparecer em pessoas de todas as idades e principalmente nas mulheres.
Leia, abaixo, quais as principais diferenças entre elas. Atenção! Elas têm origens bem diferentes também.
1- Artrite reumatoide
Na realidade, o nome correto da artrite é artrite reumatoide. O termo artrite - usado sozinho - é usado para definir uma série de doenças que atacam as articulações. Só para que se tenha uma ideia, existem mais de 100 tipos de artrite. As principais são a artrose e a própria artrite reumatoide.
A artrite reumatoide é uma doença crônica, inflamatória e autoimune. Isso significa que, por algum motivo, o seu corpo interpreta a membrana que fica no entorno das suas articulações como uma ameaça.
É como se o seu sistema de defesa se enganasse e passasse a pensar que suas cartilagens são um organismo invasor, tal qual uma bactéria ou vírus.
Daí, ele começa a atacar as cartilagens, fazendo com que líquido se acumule dentro das juntas. O acúmulo de fluido causa uma série de sintomas, entre eles:
- dor nas articulações
- rigidez nas articulações
- inflamação ao redor das articulações
Quem tem artrite reumatoide também costuma apresentar inchaço e vermelhidão nas articulações.
Essa doença é progressiva e incapacitante, podendo afetar a aparência e a função das mãos e de outras partes do corpo devido a lesões nas articulações e estruturas dos tecidos moles.
É bastante comum que as articulações fiquem deformadas, forçando os dedos a ficarem dobrados, dificultando o movimento. Com o tempo e com a progressão da doença, há a destruição da cartilagem que envolve a articulação e os doentes podem ficar com deformidades permanentes nos pés e nas mãos, que podem dificultar as tarefas do dia a dia.
"Todas as doenças crônicas têm repercussão no estado psíquico da pessoa, que pode ter dificuldade de fazer certas coisas, se deprimir, ter baixa autoestima, dificuldade de relacionamento - seja familiar, social ou no trabalho. Isso reforça a ideia de que o médico tem de ter uma visão global do paciente, não restrita às articulações", disse Fernando Neubarth, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), ao site do Hospital Sírio Libanês.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite reumatoide acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Geralmente, começa a aparecer entre 30 e 50 anos de idade, mas quanto mais velhos ficamos, maiores as chances de sermos acometidos por ela. Embora ela possa afetar qualquer articulação do corpo, ela é mais comum em mãos e punhos e, muitas vezes, na coluna cervical.
Como a artrite reumatoide é uma doença crônica e não há cura, o tratamento precoce e agressivo pode colocar a doença em remissão. Com o tratamento, é possível ter boa qualidade de vida.
Uma das informações mais importantes é que a dor nas articulações nem sempre é o primeiro sinal da doença. Às vezes, ela começa com sintomas de fadiga, febre, fraqueza e pequenas dores nas articulações, parecido com os sintomas da gripe.
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2- Artrose
Artrose também é conhecida como osteoartrite. Ela é causada pelo desgaste natural da articulação e começa já em torno dos 28 anos de idade, quando atingimos o nosso desenvolvimento musculoesquelético, diz o Hospital Sírio Libanês.
A partir do nosso pico de desenvolvimento osteoarticular, começa um lento e, inicialmente, assintomático processo de desgaste e afilamento da cartilagem. É a isso que chamamos de artrose.
Apesar de todos nós passarmos por esse mesmo desgaste, ele não é igual para todo mundo. Tem gente que tem artrose mais precocemente. Outras pessoas, em diferentes lugares do corpo. Há quem tenha apenas nas mãos, outras nos joelhos - geralmente por causa de obesidade -, ou nos quadris ou ainda na coluna.
Por exemplo, atletas de elite têm grande de desenvolver artrose nas juntas que recebem a carga do exercício. Jogadores de futebol também. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, corredores são outro grupo que têm maior risco de desenvolver artrose de joelho.
Mas ela tem um impacto considerável na vida do doente. Tanto é assim que ela representa aproximadamente 30% das consultas em ambulatórios de reumatologia e 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, segundo a Sociedade de Reumatologia.
Mas, atenção! De maneira alguma os médicos recomendam que não se faça exercícios. Pelo contrário. A prática de atividade física melhora o desempenho funcional das juntas, diminui a necessidade do uso de remédios e melhora o estado geral de quem tem artrose. O fortalecimento da musculatura da coxa, por exemplo, é fundamental e indispensável no tratamento da artrose de joelho.
Por que dói
Com o avanço do processo de desgaste da articulação, a cartilagem vai se tornando mais fina. Em casos mais avançados, ela pode desaparecer completamente, expondo o osso.
Como o osso fica sem proteção, ficam expostos pequenos nervos. Ao nos movimentarmos, acaba raspando osso contra osso, e isso dói bastante. Esse tipo de dor tende a se desenvolver de forma gradual e intermitente ao longo de vários anos.
A artrose é o tipo mais comum de artrite. Ela tem muitos sintomas semelhantes aos da artrite reumatoide, como por exemplo:
- dor nas articulações
- rigidez nas articulações
- inchaço e mobilidade reduzida das articulações
- os sintomas são piores de manhã
Se os sintomas são parecidos, como saber o que você tem?
Diagnosticar essas condições pode ser um desafio, porque muitos dos sintomas são iguais, principalmente nos estágios iniciais.
Geralmente, os médicos diagnosticam artrite reumatoide e artrose realizando um exame físico, avaliando o histórico médico e realizando vários testes de diagnóstico.
Exames de sangue podem ajudar a diagnosticar ou descartar a artrite reumatoide, pois essa condição deixa certos biomarcadores no sangue. Biomarcadores são moléculas encontradas no sangue ou nos tecidos do corpo que são sinais de alguma coisa errada está acontecendo, indicando que existe uma doença ou outro problema sério.
Um desses biomarcadores é o chamado fator reumatoide. Ele pode ser encontrado nos exames de sangue de cerca de 75% das pessoas já no início da doença.
Os médicos também podem realizar testes de imagem, como raios-X, ressonância magnética para determinar a extensão e a localização dos danos da artrite reumatoide ou osteoartrite.
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